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Tiago Iorc é processado por ex-empresário, que pede R$ 671 mil de indenização

Felipe Simas quer uma reparação por danos morais e um pedido de retratação do cantor

O cantor Tiago Iorc está sendo processado por seu antigo empresário, Felipe Simas . Na ação, Felipe requer indenização por danos morais e um pedido de retratação do cantor.

Em junho deste ano, cantor e empresário trocaram acusações nas redes sociais, por conta de um desentendimento entre Tiago Iorc e as cantoras do duo Anavitória , que são empresariadas por Felipe.

No processo, Felipe Simas acusa Tiago de romper, sem motivo justo, com o contrato de dez anos de agenciamento de sua carreira e da publicação de dois vídeos que, segundo o empresário, seriam ofensivos e difamatórios contra ele.

A defesa de Felipe Simas afirma que o empresário seria um dos grandes responsáveis pelo sucesso de Tiago Iorc, e relata o início de sua carreira e os esforços que Felipe teria feito para que o cantor despontasse no cenário da MPB.

“Através do trabalho do Felipe, Tiago começou a fazer parcerias musicais com artistas já consagrados. Foi aí que se deu a virada na carreira de Tiago, quando ele passou a ser considerado como parte da elite dos artistas populares. Tiago foi transformado, pelas mãos de Felipe Simas, de um desconhecido cantor a artista consagrado”, afirmou.

Segundo consta na ação movida pelo empresário, após nove anos de uma relação de confiança e de um pacto verbal estabelecido entre Felipe e Tiago, o cantor o teria descartado sem aviso prévio.

“Felipe nunca havia exigido um contrato formal de agenciamento artístico, tendo pactuado sua remuneração e demais condições de trabalho de forma verbal, e essa modalidade funcionou muito bem durante 9 anos, até o momento em que o Tiago resolveu descartar o Felipe como seu agente artístico, sem aviso prévio, sem maiores explicações e sem pagar pelos valores legalmente devidos”.

Os advogados de Felipe Simas ainda afirmam que o cantor teria difamado seu antigo agente para justificar o rompimento e não compensá-lo financeiramente.

“Para isso, valeu-se de práticas reprováveis e ilícitas, inclusive mediante a difamação do nome e da credibilidade do Felipe por sua rede social, tudo para justificar uma pretensa razão para rescindir o pacto verbal sem a respectiva compensação”, afirmam.

Apesar de não ser parte da ação, o pai do cantor, Edson Iorczeski, é citado por Felipe como um dos responsáveis pelo rompimento entre eles, uma vez que Tiago e Edson teriam retirado a empresa de Felipe da assinatura de um importante contrato com a Universal Music, substituindo o antigo empresário por uma nova empresa criada por pai e filho.

“Tiago seguiu em frente e ignorou seu parceiro de 9 anos e seu sócio, e assinou o Contrato de Parceria (com a Universal Music) através da empresa da qual é sócio com seu pai, Edson. Edson fez uso abusivo dos poderes que recebeu, para beneficiar seu filho no encerramento abrupto e não formalizado apropriadamente da relação de 10 anos que manteve com o Felipe. Tiago seguiu em frente e ignorou seu parceiro de 9 anos e seu sócio”, alega.

Vale lembrar que todo imbróglio envolvendo Felipe Simas e Tiago Iorc tornou-se público quando, em junho de 2020, a cantora Ana Caetano, do duo Anavitória, afirmou em uma live que Tiago não permitiu que as cantoras regravassem a canção Trevo (Tu) , um feat de Anavitória e Tiago Iorc, vencedor do Grammy Latino de 2017.

Na época, Tiago foi às redes sociais dar sua versão dos fatos e afirmou que o escritório de Felipe Simas estaria sabotando seu trabalho e agindo de má fé. Mas, segundo o empresário, o cantor estaria usando de um direito seu para coagir Felipe a ceder aos seus termos na rescisão do contrato de agenciamento.

“Tiago estava usando, de forma distorcida e abusiva, de um direito seu para coagir Felipe a ceder aos seus termos na rescisão do contrato de agenciamento. Ele disse claramente para as cantoras o seguinte: ‘Ou seu empresário faz o que eu quero, ou vocês serão prejudicadas’”, afirma.

Felipe também revela, no processo, que a sociedade da dupla Anavitória – composta por ele, Tiago, Ana e Vitória – foi desfeita em janeiro de 2020 a pedido das cantoras. “Em razão da insatisfação de Ana e Vitória pelo comportamento omissivo e ausente de Tiago na busca pelo cumprimento dos objetivos sociais da sociedade, foi decidida a sua saída do quadro social da empresa, para o que foi feito um acordo e ele foi regiamente pago para que se retirasse do Anavitória”.

E continua. “O ciúme que demonstra das relações de Felipe com suas artistas Anavitória e Manu Gavassi permeia folhas e folhas da defesa de Tiago. É comum isso acontecer na relação agente/agenciado. O artista, que antes é único, ao passar a ter de dividir a atenção do agente com outros artistas, costuma se sentir privado de uma dedicação exclusiva. É quase como acontece com o 1º filho quando chegam os irmãos para roubar-lhe o afeto da mãe. O que move Tiago é o ressentimento, esse veneno que se toma esperando que o outro morra”.

A defesa de Felipe Simas requer que Tiago Iorc seja obrigado a retirar do ar os vídeos em que o cantor estaria difamando o ex-empresário, sob multa diária de R$ 5.000,00 em caso de desobediência, além do valor de R$ 671.558,41 de indenização e ressarcimentos ao empresário. Felipe encerra sua ação no processo “lamentando profundamente que a relação construída com tanta dedicação e afeto tenha se transformado em uma quizila vexaminosa”.
A defesa de Tiago rebate as acusações de Felipe Simas, ao argumentar que ele já era um produto pronto, descoberto pela Som Livre, uma das maiores gravadoras do Brasil. Ele nega a existência de contrato de agenciamento e de rescisão imotivada.

Tiago destaca que Felipe Simas se ofereceu para representá-lo no exterior e, posteriormente, no mercado nacional, com o propósito de se autopromover às custas de Tiago.

A parceria desenvolvida pelas partes foi formalizada, segundo Tiago, através da constituição da Empresa Forasteiro, da qual eram sócios, inexistindo contrato paralelo a ser reconhecido, como pretende Felipe.

Dentre os episódios que Tiago narra para justificar as acusações de que Felipe sabotava seu trabalho, ele destaca a suposta má condução de negociações contratuais realizadas pelo autor com gravadora Som Livre.

“Em suma, o contrato previa uma multa de R$ 10.000,00 por show que o Tiago não realizasse para a som livre. Durante a vigência do contrato, Tiago deixou de realizar 13 shows por orientação de Felipe Simas, baseado na estratégia de que seria mais viável e lucrativo para a sociedade eles pagarem a multa e fazerem os próprios shows. Ocorre que, após o encerramento do contrato, a multa no valor de R$130.000,00 foi paga exclusivamente pelo Tiago, resultando em benefício para o autor, tendo em vista que não foi a Forasteiro que arcou com o pagamento da multa, quando deveria ter sido”.

Outra situação teria sido a rejeição de Felipe Simas à uma iniciativa comercial ofertada pela empresa Renner, utilizando, para negativa, a existência de um contrato que sequer existe entre Tiago e a empresa Gucci.

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